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Nota de Esclarecimento - Poço artesiano e rede de água de Linha Cachoerinha

19/março/2020 - 19:10

A Administração Pública Municipal, juntamente com a Vigilância Sanitária - Órgão encarregado pelo monitoramento da qualidade da água - vem prestar esclarecimentos quanto os motivos que interferem no aspecto da água da Linha Cachoerinha, a qual repetidamente apresenta coloração acentuada, com aspecto de “água suja” e providências a serem tomadas.

Primeiramente, o poço artesiano está localizado em uma área de várzea extensa, com subsolo rico em matéria orgânica, rochas sedimentares contendo minerais em quantidades significativas, especialmente ferro e manganês. Conforme ocorrem mudanças climáticas bruscas, acontece um desprendimento natural de fragmentos de materiais, já bem conhecidos da população, visto que estes surgem na água com certa frequência, tendo se acentuado nos últimos meses. São resíduos escuros, que ao secarem se assemelham a fuligem de fogão. Os mesmos estão presentes no interior do poço (paredes e fundo, inclusive misturados ao lençol freático) e aderidos no interior de toda rede de distribuição de água, em diferentes proporções. No entanto, tais resíduos se desprendem mediante entrada de ar no sistema, quando a água vem com pressão (desligamento da bomba, manutenção de rede, trepidações por maquinários pesados sob a tubulação,etc)

A água não se apresenta continuamente desta forma, somente sob pressão ou trepidação na canalização, em diferentes níveis de intensida

 

O primeiro poço artesiano foi perfurado em 1988, via Município de Chapada, ao qual a comunidade pertencia na época, bem como a construção da rede de distribuição de água. Em 2012, após alterações desagradáveis na água, (coloração, cheiro e gosto) e havendo suspeitas de infiltrações/deterioração ou ferrugens na estrutura interna do poço, a Administração da época optou pela perfuração de um novo poço artesiano, afim de agilizar o processo. No entanto, não foram adequadamente investigadas as causas da má qualidade da água. Sendo assim, o ponto de captação ficou a cerca de 10 metros somente, permanecendo na mesma área de terras, afim de economizar recursos com o deslocamento da rede de energia, caixa d’água ou desapropriação de terrenos particulares. Consequentemente, a água captada pelo novo poço permaneceu a do mesmo lençol freático, passando com o tempo a apresentar os mesmosproblemas.

 

Em meados de 2015, após bruscas mudanças climáticas, os resíduos na água retornaram com mais intensidade. Mediante análises laboratoriais e avaliação técnica de Químicos, foi adaptado um filtro na saída do reservatório, afim de amenizar a quantidade de resíduos de minerais captados diretamente do poço artesiano, e reterao

menos uma parte da sujidade, para que menor proporção se aderisse aos canos. No entanto, é fundamental considerar os 32 anos de uso desta rede e a grossa camada de resíduos impregnados (ao contrário do que ocorre na rede de Linha Mirim, solidificados, firmemente aderidos como calcário duro) os da Cachoerinha são solúveis. Conforme o relevo, profundidade e caimento da canalização, os resíduos se desprendem sob pressão da água e acabam saindo pelas torneiras, de forma mais acentuada nas pontas de rede. Embora a empresa realize uma manutenção periódica do filtro, com a troca de areias (grossa e fina) e carvão ativado, a filtragem da água bruta não impede o desprendimento das partículas aderidas aos canos, mas previne a formação de novas “camadas” na rede.

O reservatório comunitário constantemente apresenta sujeira intensa, sendo necessário higienização periódica (realizada pela empresa que trata a água). Tais resíduos também estão presentes nos fundos das caixas d’água de todos os moradores e podem “entupir ou danificar” chuveiros, filtros, escurecer sanitários e louças. Sabemos que sempre que surge água turva, inviabiliza o consumo humano, dificulta a lavagem de roupas claras, etc. Por isso, reconhecemos os transtornos causados e frisamos quanto à necessidade em descartar a água suja, até que esta venha limpa, principalmente para beber.

Também é de extrema importância que todos realizem limpeza nas caixas d’água e as mantenham bem vedadas, visto que ao fundo delas sempre há acúmulo de sujidades (que se misturam a água limpa). Do mesmo modo, quem possui filtros deve fazer manutenção mais frequente, até para evitar danos ao equipamento.

Importante salientar que apesar da má aparência da água que sai pelas torneiras, variando de minutos, horas ou até por dias seguidos, a água não apresenta contaminações microbiológicas (conforme monitoramento por análises laboratoriais) devido à desinfecção por adição de cloro. Este, mesmo em pequenas quantidades, tem o potencial de inativar bactérias patogênicas, evitando desta forma, possíveis surtos de gastroenterites. Informamos que tanto a Empresa LICS como o Laboratório do Estado, para o qual encaminhamos seis amostras mensais, realizam somente análises básicas de potabilidade, exigidas legalmente pela Legislação Sanitária e Ministério da Saúde. Os demais parâmetros, capazes de identificar a presença de minerais, possíveis toxinas, resíduos de agrotóxicos ou qualquer outra interferência que cause alterações na qualidade da água de modo geral, possuem alto custo. Por este motivo, possuímospoucasanálisesespecíficas,semelhantesao“PadrãodeOutorga”de poço artesiano, em que são observados cerca de trinta parâmetros físico-químicos e microbiológicos. Por isso, na manhã do dia 19 de março, o Químico Responsável Técnico pelo tratamento da água – Fernando Meyer, juntamente com um dos sócios da empresa, estiveram prestando assitência e coleta de amostras diretamente na saída do poço artesiano. Segundo orientações dos profissionais, este provavelmente está em precárias condições de funcionamento, visto que partículas de sujeira estavam sendo bombeadas para o reservatório.

Não possuímos ainda estudos científicos comprovando que o consumo de água com excesso de minerais, ao longo dos anos, não seja prejudicial à saúde. Por este motivo, a Administração está sim buscando uma solução definitiva, que consiste na PERFURAÇÃO DE UM NOVO POÇO ARTESIANO (distante do atual) com recursos próprios, visto a demora da perfuração planejada via Secretaria de Agricultura, Pesca e Cooperativismo – SDR/Estado. No entanto, esclarecemos que a “construção” exige o cumprimento integral da Legislação Sanitária e Ambiental, avaliação e assistência técnica de engenheiros, químicos, geólogos, além de ser obrigatória a Licitação Pública para a contratação do serviço. É fundamental esclarecer que o município possui oito poços artesianos lacrados, perfurados tanto pelo estado como por empresas contratadas, por apresentarem água imprópria ao consumo humano. Ou seja, não podemos simplesmente escolher um determinado local, escavar e distribuir a água para a população, a colocando em risco, além dos que já existem. Principalmente em nosso relevo, é muito comum a água apresentar pH elevado, excesso de uma diversidade de minerais, turbidez acentuada (água suja), entre outros agravantes à saúde daspessoas.

Importante: mesmo com a ativação de um novo poço, é possível que ocorra jatos de água suja, devido ao acúmulo de minerais na rede, por um determinado período, reduzindo- se gradualmente. Caso o problema persista com frequência, será avaliada a necessidade de substituição de toda rede de distribuição de água, porém acreditamos que a captação de uma água com melhor qualidade amenizará bastante os problemasexistentes.

Ainda, esclarecemos que a obrigação legal por parte da Administração é implantar um sistema de cloração para a água de consumo humano, (trabalho realizado em todas as comunidades que aceitaram o tratamento) e monitorar parâmetros básicos de potabilidade, mediante coleta de amostras mensais, tomando providências sempre que existirem contaminações bacteriológicas ou interferências na qualidade da água.

Este é o caso de Linha Cachoerinha, onde pedimos que a população busque esclarecimentos, que evitem espalhar boatos do tipo “nossa água é podre”, “vai causar câncer” “ninguém está preocupado conosco”, pois não é verdade. Há anos realizamos monitoramento, análises de água, implantamos tratamento, filtro, limpeza de reservatório, estudamos diversas opções de tratamento, inclusive de limpeza do poço e da canalização, etc. No entanto, como tais medidas não estão sendo suficientes, será investido recursos em benefício da população de Linha Cachoerinha, visto se tratar de uma questão de saúde pública. Apenas solicitamos que a comunidade entenda que se trata de um processo complexo, estejam cientes das dificuldades existentes e que tenham um pouco mais de paciência, pois em breve o problema da água será solucionado. Por enquanto, tomem os cuidados indicados, especialmente descartando a água sempre que apresentar coloração ou resíduosvisíveis.

 

 

Administração Municipal – Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária

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